domingo, 3 de maio de 2009

Maldito Acaso - parte 2

Gripe, gripe, gripe, muita gripe.
Agora toda semana é isso. É, eu sei, preciso cuidar mais da minha saúde.
Parar de sair, beber (gelado), de comer indecentemente aos finais-de-semana (almoçar já seria um bom começo). Relaxar um pouco, me esquivar brevemente dos estudos e das preocupações, e dormir mais horas e melhor.
Foi tudo isso junto em associação com a friagem de ontem combinada com a Brahma estupidamente gelada, e não dúvido nada: questões psicosomáticas, a respeito de nem-preciso-falar-o-que.
Então, enquanto eu estava dopada e acabada e destruída, estirada no sofá, mortificada de frio e sem conseguir me mover, eu senti meu coração sair do corpo numa velocidade sem limites. O corpo em dormência, falta de ar sem tamanho, e tudo embaçado e difícil de entender. Ligo pra minha mãe (há 30Km de casa) pra me acudir e enrolo a língua e sou impedida por uma força pavorosa e grande demais de verbalizar. Ela se desespera, saí às pressas em minha direção, liga pra minha tia e eu, tento fazer com que meu coração acalme um pouco e minha respiração volte à normalidade - como se estivesse no meu encalço!
Minha tia chega na minha casa aos atropelos e me leva ao pronto socorro.
Diagnóstico?! hipersensibilidade à cloridrato de efedrina, maldito princípio ativo dos dois comprimidos de Naldecon que eu tomei consecutivamente.
A médica com um sorriso largo no rosto de me dar ódio (é mesmo tão feliz assim se deparar com pessoas em sofrimento?! maldita cínica) explica: essa hipersensibilidade é raríssima, Marina. Infelizmente você foi escolhida.
Olha, não me diga. Eu fui escolhida, quanta honra, hein. Se já não bastava ter que manter distância do ácido acetilsalicílico. Ainda bem que inventaram a Novalgina, né (a arte de ver o lado bom).
Essas ironias da vida que me fazem ser escolhida para as coisas piores e mais patéticas.
Esse sádico acaso que está morrendo de rir de mim. De novo.
Dia improdutivo, choroso, de muito, muito frio e mal-estar.

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