domingo, 17 de maio de 2009

E mais nada

Na sexta eu fiz coisas que eu só me permitia fazer possuida pelo álcool. Sim, pra depois me enfiar num buraco de culpa, vergonha e ansiedade e responsabilizar aquelas cervejinhas pelo burlar das minhas verdades. Isso que é covardia em se assumir. 14 dias de antibiótico e o mundo ganha outras cores, outros significados, e enfim, se enche de verdade.
Na sexta eu me assumi. Me vi adulta, madura e capaz de suportar days after, com a maior tranquilidade que eu sempre invejei nas pessoas ditas "bem-resolvidas".
Não fiz reflexões chatas sobre a verdade, princípios, mudanças, auto-sabotagem. E olha que agora, eu teria um novo argumento: segundo psiquiatras desconhecidos eu me vejo no vidro, ao invés de me ver no espelho. Metáforas a parte, pra dar uma variada, me olhei no espelho, me vi, me reconheci e fiz uma escolha consciente, cheia de convicção.
E agora, eu estou ótima. Permaneço refletindo, uma vez ou outra, sobre os rumos da minha vida, das minhas escolhas, do meu futuro, desse novo caminho. E apesar de se preocupar comigo, eu sei que colocarei a razão na frente de qualquer coisa e sairei ilesa de tudo. O que me angustia é o outro lado. Os telefonemas que eu vou resistir em atender, os finais-de-semana aborrotados de livros e programas que não o incluem, a vida corrida, ocupada, os objetivos, os planos, as metas, o forró, a economia, a preguiça, a falta de energia porque eu me acabei, não dormi nada, me embriaguei até me arrepender, dancei até não ter forças pra andar, estudei até não aguentar mais. Enfim, parece que eu ocupo mais horas na minha vida do que ela realmente tem. E com mais intensidade do que custuma se ver por aí. E não existe espaço pra você. Mal tem espaço pra mim. Não tem energia para lhe dedicar encontros, telefonemas e ilusão.
Eu devia ter te avisado? Acho que eu já te avisei. Acho que continuo te avisando. Espero que você veja e não me atole em culpa com cobranças e expectativas que eu não vou poder realizar. Eu não te enganei. Essa é minha vida. Atribulada, louca, sem espaço, sem romance, sem ilusões e mentirinhas adolescentes. Eu não posso te dar muita coisa. E nem quero. Porque quero dar tudo de mim para alguma paixão alucinante. Tô cansada de caras legais. Super legais. E mais nada.

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