domingo, 28 de junho de 2009

Eufemismos: pra se fazer entender.

Diante da minha instabilidade emocional e da minha inconstância de pontos de vista, anseios e expectativas eu declaro que tudo escrito nesse blog tem prazo de validade de presunto e credibilidade de buteco do mercado central. E não vale um lote no ceasa.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Redescobrindo: borboletas na barriga

Eu tô tão feliz que isso tá me assustando. Esse nível de empolgação que elimina minha concentração, me joga num mundo de fantasias românticas e me faz ter atitudes tão patéticas que eu duvido da minha sanidade mental - como esperar ele vir falar no msn comigo e quando a aba alaranjada com o nome dele começar a brilhar na minha tela, poder ficar olhando e suspirando. E feliz da vida. Ele está ali. Falando comigo. E é tão banal. Mas quase que eu tenho um orgasmo. Múltiplo!

Então, desde o meu último encontro com ele eu percebi que eu já tenho algo. A convivência enriquecedora já se traduz numa experiência incrível. E se não der certo, tudo bem. Ele já me deu um monte de coisas. Me transformou. Já é inesquecível.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Eu conheço essa história

Novidade: eu não tenho nada. E nem vou ter.
(sim, é uma resposta dupla ao post abaixo, tão pateticamente inudado de ilusão).

Eu não vou ter nada de você. Você vai me chamar pra sair num dia de ócio, carência e tédio, em cima da hora, e com planos de sexo no final da noite (o que na verdade justifica todo o encontro e a conquista virtual babaca). Então, eu vou rir de tudo, num misto de nervoso e alegria. Você vai pensar em como me convencer a levar pra cama. Eu vou fazer planos em torno de um futuro romântico e me imaginar, cheia de orgulho, te apresentando pros meus pais. Você vai pensar em como pode arrancar minha roupa o mais rápido possível e depois esquecer o meu nome. Eu vou te achar lindo e de uma inteligência estarrecedora e concluir que sim, você, definitivamente, seria um namorado incrível. Você quer pedir logo a conta, é a sua chance: me incluir nas suas fantasias pornográficas mais obscuras. Eu quero fazer hora, contar alguma piada sem graça sobre o garçom, ir ao banheiro, me olhar no espelho com o ego enaltecido pra garantir que eu estou realmente tão bonita quanto eu acho que você mereça perceber. Você também vai ao banheiro, com fantasias imundas e inclassificáveis, armando joguinhos de sedução, que envolvem romantismo, promessas e elogios. Eu vou em sua direção, cambaleando de felicidade, vivendo sonhos de novela das seis. Você me beija como no final de uma comédia romântica americana e me fala elogios que eu não levo a sério, mas vibro de emoção ao escutar - pois saíram da sua boca. Você comemora a vitória - caí na rede, fui lubridiada pela sua lista indecorosa de artimanhas, e em segundos estarei na sua cama. Mas não. Eu queria mais do que estar na sua cama. Eu queria estar na sua vida. Te dou justificativas, argumentos e uma conversa séria e filosófica sobre princípios e valores - os quais eu só acredito quando estou embriagada por algum tipo de amor. Você acha tudo um saco, uma tia chata, careta e romântica, cheia de sermões e lamúrias. Se vê frustrado: tempo, dinheiro, táticas e esforço em vão - você vai dormir sozinho.
Eu vou dormir com você, nos meus devaneios de amor eterno.
E encontros assim, talvez serão sucessivos. Talvez você se canse antes e procure fontes mais facilitadoras. Talvez eu perceba qual é a sua, chore bastante num primeiro momento, pela desilução, mas muito em breve meu coração estará aberto novamente ao platônico - e cada vez mais trancado para o real.
Então tudo vai ser oficialmente declarado como terminado, numa conversa fria e angustiante no msn.
Eu conheço essa história.

sábado, 13 de junho de 2009

Amnésia forçada

Estou me esforçando para esquecer de como ontem foi tão bom. Quero me esquecer que ele teve a incrível capacidade de preencher praticamente todos os critérios. De ser bonito, autêntico, inteligente, interessante, tudo isso tão fácil e natural, tudo isso ao mesmo tempo.
Então, eu paro pra pensar que talvez eu não mereça. Talvez ele não me mereça, com todas as minhas confusões, minha dificuldade de vê-lo: ser humano e homem, de me envolver, de mergulhar. Com toda a minha falta de tato, afeto e vontade. Com toda a minha vontade de fugir, apagar essa historinha (começando assim, por botar tudo no diminutivo, tudo mediocre e pouco), apagar ele, apagar o romance e as ilusões e correr pros meus livros, pros meus amigos e meu mundo de quatro paredes - onde a vida faz sentido e é segura.
Tá. Sem desespero. Ainda não tenho nada. E nem sei se vou ter.
Mas me bate um frio na barriga ao pensar que eu posso perder o rumo no meio do caminho.
Pois ele tem todas as coisas que poderiam me fazer ficar, assim, completamente desnorteada.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Viver de verdade

Eu estou nervosa. Hoje é o dia das namorados e eu tenho um encontro com um semi-conhecido. Claro que eu estou me lixando pra o dia dos namorados, afinal, hoje é também o dia do xadrezista e da independência da Rússia, é tudo uma questão de prioridade - então vamos nos concentrar no encontro.
Este evento parece ter mais responsabilidade do que qualquer coisa que eu vivenciei em termos de relacionamento, nos últimos tempos. Desde que fiquei solteira (entenda-se: 6 meses) todos os meus encontros foram despropositais, casuais, desprovidos de sentimento e sem carga alguma de expectativas. E agora, parece que precisarei enfrentar algo que se assemelha à um encontro de verdade. Entre duas pessoas e não entre objetos. Na realidade e não aleatoriamente, como um fato da minha vida absolutamente isolado e desimportante.
Isso me deixa ansiosa, confusa e temerosa. Eu sei lidar?
A vida é mais fácil quando as pessoas são descartáveis, quando envolvimento emocional nenhum te abala, quando expectativas não são criadas, quando tudo é colocado como raso, mentiroso, superficial, vazio. Mas a vida assim, depois que você acorda, sobria, sozinha e oca, parece não fazer sentido nenhum.