quarta-feira, 4 de março de 2009

O encontro óbvio

Há pelo menos 1 mês eu torcia por um encontro óbvio, um encontro casual, um olhar, uma presença. No caso, com a mesma pessoa. Todas essas coisas com a mesma pessoa. Hoje eu ganhei um encontro óbvio. Morri de rir mentalmente. Eu sabia que esse dia ía chegar. Estava super concentrada num passo complicadissimo de pés e direções e charminhos e gingado quando do fundo do salão eu avisto pelo espelho o dono das minhas expectativas adolescentes. Senti uma alegria extasiante brotar dentro de mim. Sorri, explicitamente mesmo. Eu sou tão pateticamente explícita, que 2 segundos depois que eu percebo estar entregando o jogo sem pudores, dá vontade de esconder a cara entre as mãos e me martirizar numa culpabilização infinita por ser tão babaca. Rir de si mesmo é uma verdadeira arte, meus amigos. Hoje eu ri de mim um milhão de vezes durante 50 minutos, da minha indiscrição, da minha desconcentração, das maiores bobagens que eu falei, no ser totalmente ridículo, infantil e boçal que eu me tornei diante da presença dele. De errar passes idiotas, esquecer da música e falar abobrinhas diversas. Do que se trata? Só nervosismo ou resquícios de auto-sabotagem?! Eu sou mestre em armar armadilhas pra mim mesma. Enfim. Durante 2 músicas eu quase fechei os olhos e me deixei levar pelo extasiamento inexplicável que era estar ali. Mas minha consciência me cutucava com dedos sábios e depreciativos. E eu voltava a mim. Com passos errados, fora do ritmo e tão visivelmente nervosa. Eu sei que ele olhou pra mim como se eu fosse absolutamente nada, ou no máximo uma aluna desastrada e uma adulta com idade mental de 13 anos.

Ele já me olhou diferente. Já puxou assuntos inimagináveis e já perguntou a respeito da minha vida, com um interesse incomum. Mas eu fingia que não via, tratava mal, era grossa, ríspida e anti-social. Por que? Porque ele não me despertava nada mais que simpatia e eu namorava com um pseudopsicopata ciumento patológico e por quem eu era inexplicavelmente morta de amores, então eu tinha medo monstruoso de aproximações masculinas de qualquer natureza. Quando ele percebeu que eu não era nem interessante, nem simpática, passou a me olhar como se eu não tivesse mesmo a menor importância. Desde então ele ignora minha existência. Além disso, acho que contribui o fato que ele deve ter uma namorada de milhões de anos, num relacionamento falido e acomodado - não sei porque essa teoria me convence muitissimo. Deve ser porque é melhor acreditar nisso do que acreditar que ele tenha perdido o interesse em mim - se é que de fato, algum dia ele já teve.

Foi um encontro 10Kg mais gordo, com gel no cabelo e pancinha 4 meses. Uma imagem repulsiva?! Deveria ser. Mas eu fui pateticamente abduzida por uma paxonite inexplicável por alguém inexplicável. E que vai durar no máximo 2 semanas. Quando ele demonstrar qualquer absurdo, como um gosto musical duvidoso e mais 5 kg, provavelmente eu vou me desencantar profundamente e pra sempre. Por enquanto, ainda vou viver um amor platônico de novela das 6h. E adoro isso! =)

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