segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ao menos um.

Eu queria ter forças, vontade, estímulo e energia. Assim, não demais, mas apenas o suficiente para estender a roupa no varal, dobrar a roupa de cama e organizar de maneira razoável meu armário. Um pouco de vontade de lavar a louça, passar um pano na cozinha, catar as migalhas de pão sobre a mesa e as roupas pelo chão. Queria ter um pouco menos de apatia e conseguir me sensibilizar com esse caos instalado aqui, mas parece que eu nem vejo. E se vejo, não me importo. Não é comigo, não quero saber. Que o mundo desabe, eu só quero dormir, ver um filme besta e vazio e dormir de novo. Cade minha energia? Cade minhas vontades? Onde eu fui parar? Mas não quero me encontrar, só quero fugir pra algum lugar aonde eu possa encontrar essa vontade e essa energia. Eu tenho vontade de desaparecer ou ir pra qualquer canto protegido e aconchegante, aqui tá difícil respirar. Eu tenho desprezo por tudo e todos. Essa historinha, essas conversinhas, essas mentirinhas, essas banalidades, essa frieza, esse teatro. Essa falta de sentido, esse vazio. Eu queria que fosse papel para poder rasgar, que fosse frágil para poder quebrar, que fosse inflamável para poder acender um fósforo. Eu quero fugir. Preciso encontrar algo para me fazer encontrar a vontade de viver. Eu até poderia viver sem vontade, mas não quero. Mediocridade não combina comigo. Ok. Vai passar, em algum momento cheio de simplicidade eu vou magicamente ser apresentada ao sentido de tudo. Ou apenas um motivo para continuar. Eu queria ao menos um.

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